Agito sob as estrelas

Roberta Ristori Reply 07:15

Muito se fala sobre o Palio de Siena, a medieval corrida de cavalos que acontece até hoje, duas vezes ao ano (2 de julho e 16 de agosto), na Piazza del Campo, em Siena.

As raizes dessa empolgante manifestação são inquestionáveis e se entrelaçam à própria história da cidade. Valores seculares, rivalidades  que atravessaram os anos, maridos e mulheres que seguem em direções diferentes e se separam nos dias da corrida para honrar sua "contrada" (espécies de bairros ou paróquias em que se dividem a cidade) natal.

Entretanto, a fascinante tradição não se limita ao âmbito histórico (leia mais) e envolve família inteiras, pessoas de todas as idades em noites agitadíssimas de muita diversão. As festas das "contrade" são as grandes responsávies pelas vibrantes noites de verão de Siena.

No mês que antecede cada um dos Palios, cada contrada realiza uma semana de festa em sua sede. São eventos fantasticos, muito particulares e que sem dúvida, valem a experiência. Diria, que uma das mais deliciosas que vive por lá!

Amplos espaços ao ar livre onde se reúnem pessoas de todas as idades, música, comida, vinho, cerveja e dança. Praticamente uma "balada familiar". Difícil definir porque não temos nada similar aqui no Brasil, mas o ambiente lembra um pouco o das nossas quermesses.

Me lembro da minha primeira festa, na contrada do Bruco, em 2004. A primeira vista, tudo parecia um tanto estranho e nos todos como "peixes fora d'água". Para começar, não entendiamos a "playlist" - alternava-se o pop moderninho e musicas tradicionais italianas, como a inesquecível (e divertidíssima!) "Tanti Auguri" di Raffaela Carra, de 1978 e ate algumas "perolas" genuinamente brasileiras como "Você me Apareceu" (do Kaleidoscópio) e "To nem aí" (da Luka). Alguém  se lembra deles? Sinceramente, espero que não! rs.

A confusa - mas que depois tornou-se muito divertida e gera até hoje uma enorme saudade - playlist nao mudava no decorrer das noites, mas o astral era tao alto, as pessoas todas tão felizes, que  o efeito foi contagiante.

Uma festa saudável e inebriante. Me perdoem os baladeiros de plantão, mas é verdade, me refiro ao clima "poluído" da maioria das discotecas e afins - quase sempre com energia pesada, artificialismo, climinha de exibicionismo fake e muita droga. 

Na segunda ou terceira noite, entramos literalmente na dança e coreografias engraçadinhas começaram a surgir, embaladas pelas músicas mais disparatadas. Gente bonita e bem arrumada - mais uma ocasião para admirar o supreendente talento das italianas para desfilar sobre saltos altíssimos nos mais insólitos territórios, de pedras à grama e terra batida.

Noites inesquecíveis de dançar sob as estrelas em pleno verão toscano...




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