Os 3 gigantes

Roberta Ristori Reply 07:26

O período que foi chamado de "Alto Renascimento", embora curto - 1490 a 1530, é considerado a época áurea do Renascimento, o apogeu de uma nova concepção espiritual e artística  do mundo.

Uma das principais características das obras do período em todos os gêneros - arquitetura, escultura e pintura - é que em vez de cenas complexas ou formas isoladas, em vez do requinte dos ornamentos, passamos a encontrar formas reduzidas a proporções simples, mas bastante generosas.

Também a policromia que marcou a primeira fase do Renascimento, passa a ser substituída pelo realce de algumas poucas tonalidades principais. Na pintura, as figuras começam a ter dimensões significativamente maiores e os grupos de personagens ou figuras isoladas, enchem quase todo o espaço da composição - a figura parece querer sair da pintura.

Esta fase sublime destaca 3 gigantes, 3 gênios incomparáveis: Leonardo da Vinci, Michelangelo e Rafael . Três personalidades artísticas completamente diferentes, cada uma manifestando-se de forma inconfundível.

Leonardo, o investigador e pensador ensimesmado, inventor de aparelhos técnicos e máquinas bélicas, filósofo e ousado que afirmou ainda muito antes de Copérnico que "o Sol não se move". Pleno de mistérios e enigmas que até hoje intriga estudiosos e pesquisadores e enche de fantasias as mentes de escritores, como Dan Brown, em "O Código da Vinci".

Michelangelo, o lutador solitário, nostálgico, a personalidade um tanto sombria em imenso contraste com a delicadeza e profundidade de suas lindíssimas obras. O gênio que esforçou-se até a exaustão para atingir a perfeição e a beleza.

Rafael o jovem indômito, coroado de êxito, sensacional com sua obra cristaliana e transbordante de harmonia - a divina ligeireza.

O Renascimento expande-se gloriosamente de Florença e da Toscana para Roma e o mundo. As obras do Alto Renascimento começam a ser criadas em honra do Papado que se considerava o herdeiro legítimo da Roma imperial e vira instrumendo de força nas mãos de figuras como Júlio II que decide usar as estupendas obras para contar ao povo que não sabe ler, sobre o poder e as histórias da Igreja.

O teto da Capela Sistina, maravilhosamente pintado por Michelangelo é um grande exemplo disso e representa o culminar lógico deste pensamento.

*Fonte: "A Arte da Renascença Italiana" - Rolf Toman, texto sobre A Pintura do Alto Renascimento e do Maneirismo em Roma e na Itália Central de Alexander Rauch.

**Na imagem que ilustra o post, da esquerda para a direita: "Dama com o Arminho", de Leonardo, detalhe do teto da Capela Sistina, O Pecado Original, de Michelangelo e "O Triunfo da Galatea", de Rafael.


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