Assimilando Leonardo e Michelangelo: Rafael

Roberta Ristori Reply 07:02


Rafael, o mais jovem dos 3 gigantes, nascido em 1483, filho de um pintor relativamente insignificante, foi aprendiz de Perugino, que lhe ensinou a claridade e a evitar o excesso de ornamentos, características de seu estilo. Os anos de sua formação transcorrem sem problemas e livres de grandes compromissos.

Inicialmente, seu estilo confundia-se com o de seu mestre, mas lentamente começou a agregar exeperiências de outros artistas mais velhos. Aos 21 anos, Rafael chega a Florença, com uma carta de recomendação da marquesa de Montefeltro e os intensos debates sobre a renovação da arte impressionam o jovem pintor.

Leonardo supreendeu o público com sua Monalisa e Michelangelo já havia terminado seu magnífico David. Tudo isso impactou profundamente Rafael que começa a desenvolver seu estilo próprio, esforçando-se por assimilar as conquistas alcançadas pelos demais.

Diferente de Leonardo que frequentemente faz com que se instale um clima di inquietude, de mutabilidade em suas obras, Rafael nunca abandona o equilíbrio das massas que se distribuem harmoniosamente pelas suas composições.

Em 1508, pouco depois de chamar Michelangelo, o papa Julio II chama também Rafael à Roma. O motivo foi a necessidade de decorar uma série de dependências da residência papal com afrescos seguindo um conceito teológico mais elaborado. Desejava-se um estilo mais livre e generoso que se mostrasse mais de acordo com o poderio e grandeza do Papado romano.

Assim como Michelangelo na abóbada da Capela Sistina, Rafael também imortalizou fisionomias de diversas personalidades da época em seus afrescos, entre eles o próprio Leonardo e Bramante, o novo arquiteto da Basílica de São Pedro.

A luz, a leveza a a harmonia que resultam de suas obras são espantosas. Tudo é leve, tudo é sublime, a paz reina absoluta até em meio ao caos, como por exemplo na pintura "O Incêndio do Borgo" e "Stanza d'Eliodoro".

No "Triunfo de Galatéia", pintado em 1512, Rafael reproduziu a claridade do espírito da Antiguidade. Boa parte da beleza da jovem, provém da timidez e inocência que lhe iluminam o rosto, como se não estivesse consciente de seus atributos físicos.

Notoriamente influenciado por Michelangelo, a partir da época em que foi destapada a primeira parte do teto da Capela Sistina, em 1509, os nus de Rafael começam a tornar-se masi volumosos, com braços mais robustos.

O jovem gênio tratou de absorver da melhor forma possível, os objetivos artísticos de Leonardo e Michelangelo. Este último, teria se queixado em uma carta: "... pois o que esse (Rafael) aprendeu de arte, deve a mim."

*Fonte: "A Arte da Renascença Italiana" - Rolf Toman, texto sobre A Pintura do Alto Renascimento e do Maneirismo em Roma e na Itália Central de Alexander Rauch.

**A imagem que ilustra o post é de "O incendio do borgo", de Rafael.

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