O duro exílio de Wonderland
Lembram-se do lindo texto que a Flavia Sbragia, do "Toscana, aí vou eu", nos escreveu há duas semanas, o "Toscana. Ver, sentir e amar"?
Respondi à sua "carta" que foi publicada por lá no último domingo e agora publico também aqui para vocês. Que a Toscana é minha "Wonderland", acho que já ficou bem claro, não?!
Divido com todos vocês, meus queridos leitores, um pouco do meu amor e da minha saudade pela região!
Minha querida, Flavia
É uma saudade profunda e lenta que me engole nela. Uma sensação de exílio que rouba a minha paz e lamenta a ausência de asas.
Tudo o que poderia desejar nesse exato instante era estar lá, perdida nos “vicoli” da minha amada Siena e esperar brotar as magníficas papoulas vermelhas em meio aos trigais dourados.
Viver novamente pôr-do-sóis espetaculares nos portos da Versilia, como que emergida das pedras – viva, cheia de energia, enquanto pequenos barcos enfeitam o horizonte rosado.
Subir num cavalo e me embrenhar Toscana adentro. Sozinha e completa, pois aquela terra me pertence e eu pertenço a ela – unidade que me completa.
Ver estrelas, um bom vinho tinto, uma boa companhia no lugar mais amado dentro tantos tão amados, a singular Piazza del Campo, única, perfeita, insubstituível.
Uma noite onde pensamentos são dispensáveis e tudo fala por si só, como num mundo paralelo, universo mágico. Ali onde minha Alice ganha vida, onde pode ler pensamentos e assumir muitas formas.
Wonderland de ruas labirínticas e telhados vermelhos. Onde as pedras sabem contar histórias e as viagens no tempo são corriqueiras. Mil cenários possíveis, mil possibilidades de amor. De lendas que sabem tanto de encantamento, de mistérios que fascinam.
Ser escrava, princesa, musa ou sereia, trocar nas horas do dia. Ter um poeta por segundo e brincar de viabilizar o impossível, de ter poderes redobrados.
Onde Alice não segue coelhos brancos, sua curiosidade já foi há muito seduzida por esta terra onde tudo é beleza e se tropeça em arte frequentemente. Ela simplesmente caminha, hipnotizada e livre.
Quem sabe encontrar um Chapeleiro Maluco sobre uma Harley-Davidson e seguir perdendo-se e encontrando-se pelas estradas secundárias, sentindo o vento no rosto, os cheiros da história. Incansável, sempre embriagada de amor pela sua Toscana.
2 comentários
Querida amiga, meu coração entende perfeitamente o que vc sente... pois, assim como vc, sinto uma falta danada da Toscana, de Firenze... Espero a cada dia poder retornar, poder sentir de novo o cheiro daqueles lugares, daqueles girassóis, dos campos de feno e do rio Arno... Estou torcendo para que vc consiga retornar também. Abraço da Lili!
Lili querida, sempre muito bom receber suas visitas e seu carinho!
Boa sorte para nossas próximas viagens e uma semana muito linda para você!
Abraços!