Inacreditáveis vinhos toscanos

Roberta Ristori Reply 11:00

Folheando a edição número 49 da ótima revista Adega, tive a feliz surpresa de deparar-me com a matéria "O vinho sob o céu da Toscana", assinada por Aguinaldo Záckia Albert. Desde que iniciei o blog tinha vontade de escrever algo sobre o tema.

Antes de iniciar este post, quero deixar bem claro que estou bem longe de ser uma enóloga, embora me interesse e goste muito do assunto. Sendo assim, contei com o know-how de gente que entende do riscado e usei informações de "A bíblia do vinho", de Karen MacNeil, do site "Enciclopédia do Vinho", de Gianni Tartari e obviamente, da própria matéria da Adega.

O assunto é extenso, portanto decidi em um primeiro momento apenas jogar uma luz para ajudar a esclarecer a importância da Toscana como região vinícola, para mais tarde, aprofundar-me em cada um dos vinhos mais importantes da região - Chiantis, Brunello di Montalcino, Nobile di Montepulciano e Supertoscanos, além do Carmignano, Vernaccia di San Gimignano e Rosso di Montalcino.

A Itália é líder mundial de vinho, há 1,2 milhões de vitinicultores e o consumo per capita é de 104 litros. Os vinhos italianos correspondem a 60% do total importado pelos EUA e vão parar também nas prateleiras da Alemanha e França.

A Toscana apresenta uma paisagem bastante variada, diversos tipos de solos e microclimas diferentes, resultando em uvas distintas e vinhos muito particulares. A principal uva tinta é a Sangiovese, alma do Chianti, seguida pela Brunello, Canaiolo, Prugnolo Gentile, Pollera Nera, Morelino di Scansano e as francesas Cabernet Sauvignon e Merlot. Entre as brancas encontramos a Malvasia do Chianti, a Malvasia Candia, Trebbiano, Vermentino di Luni, Ansônica e as gaulesas Chardonnay e Sauvignon Blanc.

A indústria italiana de vinhos tem um sistema de leis para regularizá-la. Estabelecido primeiramente em 1963, apresenta algumas peculiaridades, mas a idéia é que sirva como referência na hora de escolher um vinho. As rígidas regras para obtenção do conceito de DOC (Denominazione d´Origine Controllata), permitia no entanto, que o vinho Chianti pudesse ter até 30% de uvas brancas em sua composição, gerando uma invasão de vinhos claros e mais baratos de produtores de menor prestígio. O descontentamento de produtores tradicionais com as novas regras culminou no fenômeno dos Supertoscanos.

A nova legislação vinícola de 1984 – que introduziu o conceito de IGT (Indicazione Geografica Tipica) para vinhos com formulação distinta e tornou mais maleável algumas das regras anteriores – deu força para a recuperação do Chianti, que foi elevado à categoria de DOCG (Denominazione d’Origine Controllata e Garantita). Por outro lado, limitou a adição de uvas brancas e abriu espaço para a utilização de 10% de uvas não-tradicionais, como Cabernet Sauvignon – permitindo que bons vinhos feitos com este corte ganhassem o direito de usar a denominação Chianti ou Chianti Classico, de acordo com a região.

Fecho esse post declarando meu amor por um vinho que pode não ser o melhor dos Chiantis Classicos, mas que para mim é muito especial por ter sido um dos primeiros que provei, presenteada por meu pai - Chianti Classico Villa Cerna. Com isso, aprendi também que a emoção é a alma do vinho. Obrigada pai! O amor pelo vinho é amor por você.

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